Ikigai: qual o seu propósito?

O que te faz levantar da cama todos os dias? Por que eu faço o que faço?

Já se fez essas perguntas alguma vez na vida? Não é incomum as pessoas, ao menos uma vez na vida, se questionarem sobre o porquê de fazerem o que fazem. Essas perguntas, embora simples, têm o poder de transformar completamente a forma como vivemos e costumam surgir em momentos de transição, insatisfação ou busca por significado.

Neste contexto, o “Ikigai” ganha força. A palavra japonesa, que pode ser traduzida como “razão de viver” ou “força motriz de viver”, reflete o propósito de vida ou de existência de alguém. Como comentado no post anterior, essa técnica pode ser aplicada para descobrir o que te move quando se está na busca por um novo emprego ou novas direções para a carreira (confira aqui).

O segredo japonês para uma vida longa e feliz

O conceito se tornou mundialmente conhecido com o livro “Ikigai: O segredo japonês para uma vida longa e feliz”, de Héctor García e Francesc Miralles, que investigaram a rotina dos moradores de Okinawa, uma das regiões com maior longevidade do planeta. Os autores descobriram que, além de uma alimentação equilibrada e de laços sociais fortes, o que realmente sustentava essa vitalidade era o sentido de propósito, ou seja, o Ikigai.

Segundo o livro, as pessoas que conhecem e cultivam seu Ikigai têm mais disposição, motivação e resiliência para enfrentar os desafios diários. Elas acordam com um motivo genuíno para continuar contribuindo, aprendendo e crescendo, e isso se reflete não apenas na produtividade, mas na saúde mental e emocional.

O artigo da Você S/A sobre esse tema destaca que viver o Ikigai é atingir um estado de “flow”, conceito desenvolvido pelo psicólogo Mihaly Csikszentmihalyi, em que a pessoa está totalmente imersa e concentrada em uma atividade que lhe traz prazer e desafio na medida certa. Esse estado é um dos indicadores mais fortes de bem-estar e realização pessoal.

Mas como usar isso a seu favor?

Na prática, descobrir o seu “ikigai” significa identificar os 4 seguintes aspectos:

  1. O que amamos fazer: o que faz o tempo passar sem perceber.
  2. O que somos bons em fazer: suas habilidades naturais e talentos desenvolvidos.
  3. Do que o mundo precisa: como você pode gerar impacto positivo.
  4. Como ser pago por isso: de que forma isso pode se tornar sustentável.

Os dois primeiros aspectos são referentes a habilidades e paixões, muitas vezes ainda não totalmente conscientes. Alinhar o que se ama com o que se faz bem pode ser desafiador, mas é justamente dessa união que nasce o propósito. Afinal, quando nos dedicamos a algo que amamos, naturalmente queremos aprimorar e, com o tempo, nos tornamos bons nisso. Os dois últimos aspectos se referem a encontrar uma sinergia entre o que pode ser oferecido e como monetizar essa atividade.

Não se trata apenas de um exercício teórico, mas sim de uma filosofia de vida que pode proporcionar uma vida com mais significado. Ao alinhar esses quatro elementos, você cria uma vida guiada por propósito e não apenas por obrigações. Quando o trabalho, as relações e os hábitos diários passam a refletir quem você é, surge um sentimento de integração e clareza, o que reduz a ansiedade e aumenta a satisfação pessoal.

Satisfação e alegria na vida: a vida que vale a pena ser vivida

Essa ideia se conecta diretamente à reflexão proposta por Clóvis de Barros Filho e Arthur Meucci no livro “A vida que vale a pena ser vivida”. Segundo os autores, a felicidade não está em alcançar uma meta distante, mas em viver com presença, propósito e prazer em cada instante. Eles defendem que uma vida satisfatória é aquela em que encontramos alegria no próprio ato de viver nas pequenas rotinas, nas conexões verdadeiras e na contribuição que deixamos no mundo.

Enquanto o Ikigai nos mostra onde encontrar propósito, “A vida que vale a pena ser vivida” nos lembra como aproveitar esse propósito com consciência e alegria. Juntos, os dois conceitos formam um caminho completo para quem busca sentido e satisfação duradoura: o tão sonhado equilíbrio entre fazer o que se ama e amar o que se faz.

Conclusão: propósito como estilo de vida

Descobrir o seu Ikigai é muito mais do que identificar uma vocação profissional, é um convite a viver de forma mais autêntica, conectada e intencional. Quando encontramos essa interseção entre paixão, talento, contribuição e reconhecimento, o cotidiano ganha leveza. E quando associamos isso à alegria de viver o agora, encontramos a verdadeira plenitude.

E você? O que te motiva? O que te faz sair da cama todos os dias?

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